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Programa leva orientações a moradores de comunidades pobres e periféricas sobre como montar empresa
A partir de hoje, 35 jovens de Restinga Sêca começarão a ser preparados para se tornarem donos de pequenos negócios. Até sexta-feira, das 9h às 14h, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Manuel Albino Carvalho, na localidade de São Miguel Velho, sediará aulas de um programa de empreendedorismo voltado para comunidades de periferia.
A proposta é da Besouro, Agência de Fomento Social, criada em Porto Alegre e que desenvolve metodologia própria e promove cursos de capacitação gratuitos em favelas, vilas e periferias do Brasil.
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Os participantes são escolhidos em comunidades de baixa renda marcadas pelo desemprego, pela violência ou outra situação de vulnerabilidade. E aprendem a manter um pequeno negócio, motivados pelas necessidades.
A metodologia foi idealizada por Vinicius Mendes Lima, que cresceu na periferia de Porto Alegre, conseguiu completar seus estudos e fez mestrado na Argentina.
Após pesquisa em comunidades carentes em Buenos Aires e no Rio de Janeiro, Lima criou o método By Necessity, que consiste em estudos com a finalidade de ajudar jovens de baixa renda a desenvolver um plano de negócios.
- Entre morros e vielas, em um ambiente hostil, onde não há sequer saneamento básico, existem pessoas que conseguem se reinventar, empreender e sustentar sua família - afirma Lima.
Os cursos desenvolvidos com base no método envolvem 30 horas de aulas presenciais, divididas em 10 módulos temáticos e cinco encontros e, ao final, o aluno sai com um plano de negócios e estruturação que lhe permitem iniciar o empreendimento no dia seguinte. Quem financia os cursos são instituições da iniciativa privada ou pública. Como, por exemplo, o Conselho Regional de Administração do RS, a Secretaria Nacional de Juventude e a Universidade Federal de Buenos Aires.
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Depois, ocorrem o acompanhamento presencial e a orientação técnica via plataforma online e call center. Ao longo de 90 dias, uma equipe entra em contato com os novos empreendedores para sanar dúvidas e saber como está andando o pequeno negócio.
- Ela (a metodologia) é acessível e leva em conta as limitações que frequentemente são impostas àqueles que empreendem por necessidade, como a falta de tempo, ausência de investimento inicial e de conhecimentos teóricos sobre marketing e administração, assim como a necessidade de retorno financeiro imediato - explica.
INCENTIVO
O prefeito Paulo Salerno (MDB) diz que a prefeitura não terá nenhum custo com o programa, que é bancado pela Secretaria Nacional da Juventude Ele destaca a importância de o curso envolve moradores de uma comunidade quilombola (formada por descendentes de escravos).
Já o vereador Norton Soares (MDB) explica que viu uma propaganda do programa e fez contato com a Secretaria Nacional da Juventude.
- O aluno tem uma habilidade, como, por exemplo, cortar cabelo. A partir do curso, ele aprende a fazer um plano de negócio e a ganhar dinheiro com aquilo que ele sabe fazer. Em São Miguel Velho também há meninas que gostam de fazer pães. Elas poderão transformar isso negócio - explica Norton.
O PROGRAMA
- Voltado para moradores de periferias e áreas de vulnerabilidade
- Os alunos têm aulas de capacitação e acompanhados por três meses
- Os novos empreendedores saem dos encontros com a marca do negócio pronta, planejamento financeiro, plano de divulgação, análise de vendas e metas, além de noções de marketing
- A prioridade nos projetos em que o governo federal é parceiro, o público prioritário é formado por jovens negros de até 29 anos, residentes em comunidades carentes
- Não há custos para os participantes